Suco, petróleo e aviões escapam de nova taxa de 50% imposta por Trump
Medida eleva alíquota para 50%, mas mantém isenção a itens como petróleo, suco de laranja e aviões

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quarta-feira (30) uma ordem executiva que eleva para 50% a tarifa de importação sobre produtos brasileiros. A medida amplia em 40 pontos percentuais a alíquota anterior, de 10%, aplicada desde abril. No entanto, alguns dos principais itens da pauta exportadora do Brasil foram poupados, mantendo a taxa anterior.
O que ficou de fora
Entre os produtos excluídos do tarifaço estão:
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Suco de laranja e derivados
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Aeronaves civis e peças, incluindo modelos da Embraer
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Petróleo bruto e combustíveis derivados
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Celulose, papel, madeira e seus subprodutos
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Minérios, metais industriais e fertilizantes
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Castanhas brasileiras e outros alimentos específicos
Esses produtos representam uma parcela estratégica das exportações brasileiras para os EUA, especialmente nos setores de energia, aviação e agronegócio.
O que será afetado
Cerca de 35,9% do valor total das exportações brasileiras aos Estados Unidos será impactado pela nova alíquota de 50%. Outros 44,6% permanecerão com tarifa de 10%, enquanto 19,5% seguem sujeitos a tarifas globais setoriais, já existentes, entre 25% e 50%.
Produtos como carne bovina, café e frutas frescas, que também têm relevância na balança comercial, não estão entre os isentos e podem perder competitividade com o novo cenário.
Medida entra em vigor em agosto
A nova tarifa começa a valer a partir de 6 de agosto, com um período de sete dias para adaptação desde a assinatura do decreto. A Casa Branca justificou a medida como resposta a políticas brasileiras que, segundo o governo americano, prejudicam interesses comerciais e de segurança dos Estados Unidos.
A decisão causou reações imediatas no setor produtivo brasileiro e na bolsa de valores, com alta nas ações de empresas como Embraer e Suzano, beneficiadas pela exclusão de seus produtos da nova tarifa.
Exportações devem se reorganizar
Entidades do setor industrial e agrícola avaliam os impactos e cobram do governo brasileiro medidas de compensação, especialmente para setores diretamente afetados. Já os exportadores de petróleo e derivados estudam retomar embarques aos EUA, após suspensão preventiva ocorrida em junho, quando as tarifas ainda estavam sob análise.
O Brasil é atualmente o segundo maior fornecedor de aço e ferro aos Estados Unidos, atrás apenas do Canadá. No entanto, esse segmento já vinha sendo afetado por tarifas globais de 50% desde junho, o que reduz o impacto da nova medida sobre esse setor específico.