
As tarifas de importação dos Estados Unidos sobre produtos chineses atingiram o patamar de 145%, após novo decreto anunciado nesta quinta-feira (10) pelo presidente Donald Trump. A elevação representa mais um capítulo da escalada comercial entre Washington e Pequim.
O novo aumento de 125%, confirmado na quarta-feira (9), se soma aos 20% já em vigor desde março, adotados inicialmente como parte da ofensiva norte-americana contra o tráfico de fentanil. A medida marca o maior patamar tarifário imposto à China desde o início da guerra comercial entre os dois países.
Escalada das tarifas
Desde fevereiro, os Estados Unidos vinham aplicando um conjunto crescente de sobretaxas:
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Fevereiro: taxa de 10% aumentada para 20% sobre produtos chineses.
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2 de abril: anúncio de taxa extra de 34%, elevando o total para 54%.
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Semana passada: nova tarifa de 50%, após retaliação da China, subindo o total para 104%.
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Quarta-feira (9): elevação adicional de 125%, somada aos 20% anteriores, resultando em 145% de tarifa total.
Resposta à retaliação chinesa
A escalada tarifária veio em resposta à decisão da China, que na mesma semana aumentou suas tarifas contra produtos norte-americanos para 84%.
Em declaração oficial, Trump afirmou que a postura chinesa demonstrava “falta de respeito aos mercados mundiais”, justificando a imposição das novas taxas:
“Em algum momento, espero que a China perceba que os dias de roubo dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis”, escreveu o presidente em sua rede Truth Social.
Pausa e tarifas reduzidas para outros países
Apesar do endurecimento contra a China, Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas para os países que não retaliaram os Estados Unidos, com tarifa recíproca reduzida para 10% durante o período.
Entre os beneficiados pela decisão está o Brasil, que seguirá submetido à tarifa global de 10%. O republicano afirmou que a medida busca favorecer o diálogo com nações que demonstraram disposição para negociar acordos comerciais.