Governo do RS decreta emergência em saúde pública diante do avanço de doenças respiratórias
Medida é válida por 120 dias e foca no reforço hospitalar, especialmente no atendimento pediátrico

Diante do aumento nas hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), o governador Eduardo Leite decretou estado de emergência em saúde pública no Rio Grande do Sul. A medida, assinada nesta segunda-feira (19/5), será publicada no Diário Oficial do Estado na terça (20) e terá validade de 120 dias.
A decisão visa fortalecer a estrutura hospitalar, com foco especial na ampliação de leitos de UTI e suporte ventilatório, diante da sobrecarga de atendimentos, principalmente em crianças menores de cinco anos. Apenas neste ano, o Estado já registra 4.099 hospitalizações por SRAG, das quais 305 resultaram em óbitos, sendo 10 entre crianças pequenas.
Crescimento expressivo de internações e vírus circulantes
Dados do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) apontam crescimento nas internações:
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Semana 14 (31/03 a 05/04): 194 hospitalizações
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Semana 18 (28/04 a 03/05): 392 hospitalizações
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Semana 19 (04 a 10/05): 451 hospitalizações
Entre os principais agentes virais estão:
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Influenza (gripe): saltou de 9 para 116 casos entre as semanas 14 e 18
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Vírus Sincicial Respiratório (VSR): 495 hospitalizações em 2025, sendo 95% em crianças menores de cinco anos
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Covid-19 e outras infecções também continuam circulando
O aumento da circulação viral coincide com o período de temperaturas mais baixas, e a situação é agravada pela epidemia de dengue em curso no Estado.
R$ 20,8 milhões na Operação Inverno Gaúcho com Saúde
Para ampliar a resposta, o governo estadual lançou a Operação Inverno Gaúcho com Saúde, com investimento de R$ 20,8 milhões para fortalecer as redes de Atenção Primária e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).
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R$ 13,65 milhões serão aplicados em UBSs para:
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Ampliar horários de atendimento
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Contratar profissionais
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Adquirir insumos e vacinas
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R$ 7,15 milhões vão para as UPAs, conforme a média de atendimentos de 2024
Os valores serão repassados entre 30 de maio e 30 de junho, com repasses variando de R$ 20 mil a R$ 150 mil, conforme porte dos municípios.
Ação emergencial nos hospitais
Com o decreto, hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) deverão adotar medidas imediatas para garantir leitos clínicos e de terapia intensiva. A prioridade é reduzir o risco de colapso na rede hospitalar, especialmente no atendimento infantil.
A secretária da Saúde, Arita Bergmann, destacou que o foco é garantir que nenhum paciente deixe de ser atendido por falta de estrutura.