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SUS vai aplicar teste de autismo em crianças a partir de 16 meses

Nova linha de cuidado lançada pelo Ministério da Saúde prevê início imediato das intervenções, mesmo antes do diagnóstico conclusivo

Crianças entre 16 e 30 meses passarão por teste de triagem para sinais de autismo na rede pública de saúde. A medida faz parte da nova linha de cuidado para o transtorno, apresentada nesta quinta-feira (18) pelo Ministério da Saúde.


Teste entra na rotina da atenção primária

Profissionais da atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS) vão incorporar à rotina de avaliação o teste conhecido como M-Chat, que identifica sinais iniciais do transtorno do espectro autista (TEA).

Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo é iniciar estímulos e intervenções o quanto antes, mesmo sem a confirmação do diagnóstico. A diretriz é inédita na política pública federal e passa a integrar uma linha de cuidado voltada especificamente para o TEA.

“Não precisa fechar o diagnóstico para começar as ações. Isso tem um impacto muito grande no desenvolvimento dessas crianças”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.


Diagnóstico precoce e estímulos antecipados

O questionário do teste M-Chat está disponível na Caderneta Digital da Criança e no sistema eletrônico E-SUS. A partir dele, crianças com indícios de TEA poderão ser encaminhadas para serviços especializados ou receber orientações para intervenções ainda na atenção básica.

Para apoiar esses casos, o ministério atualizou o Guia de Intervenção Precoce, que será submetido à consulta pública. O documento detalha terapias e estímulos que podem ser aplicados de forma individualizada, a depender das necessidades de cada criança.


Atendimento será mais individualizado

A nova política também reforça o uso do Projeto Terapêutico Singular (PTS), um plano de tratamento construído entre as equipes de saúde e as famílias. A proposta busca garantir cuidado integrado e adaptado à realidade de cada paciente.

Também foram definidos fluxos de encaminhamento para os casos que exigirem suporte em outras áreas, como saúde mental — especialmente nos atendimentos realizados pelos Centros Especializados em Reabilitação (CER).


Ações voltadas às famílias

Além das crianças, a nova linha de cuidado prioriza o acolhimento e o suporte aos pais e cuidadores. As ações incluem:

  • Orientação parental e grupos de apoio

  • Capacitação de profissionais da atenção básica

  • Estímulo a práticas terapêuticas no ambiente familiar

O Ministério da Saúde também articula a implementação do programa da OMS de treinamento de habilidades para cuidadores, voltado a famílias com crianças com autismo ou atraso no desenvolvimento.


Cenário nacional

  • O governo estima que 1% da população brasileira viva com TEA

  • Segundo o IBGE, 71% dessas pessoas têm outras deficiências associadas

  • O último Censo apontou 2,4 milhões de brasileiros com autismo, sendo a maioria homens

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