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Curiosidades

Encontrado no Peru o “fóssil mais bem preservado do mundo” de cachalote pré-histórico

A descoberta foi feita em 2020, mas, durante este tempo, os cientistas trabalharam para deixar o espécime pronto para exibição

Um crânio fóssil com mandíbulas de um novo cachalote (mamífero cetáceo) pré-histórico foi encontrado no Peru, “preservado intacto por sete milhões de anos”, segundo cientistas que apresentaram a descoberta nesta quarta-feira (15) em Lima.

— Este é o fóssil mais bem preservado do mundo, não há nenhum que se compare a ele em qualidade — disse à AFP Aldo Benites-Palomino, paleontólogo peruano que lidera a equipe de especialistas que encontrou os restos do animal no deserto de Ocucaje, cerca de 350 km ao sul da capital peruana e 40 km a oeste da costa voltada para o Oceano Pacífico.

— Normalmente, você obtém fragmentos de dentes ou maxilares, mas neste caso é o crânio inteiro com ossos dos ouvidos, mais duas vértebras articulares — explicou Benites-Palomino.

O espécime, conhecido como o cachalote macroraptor de Ocucaje, é do final do Mioceno e foi descoberto pelo paleontólogo Mario Urbina, integrante do grupo científico liderado por Benites-Palomino. A descoberta foi feita em 2020, mas “até o ano passado estivemos trabalhando em prepará-lo e deixá-lo pronto para esta exibição”, disse o cientista.

O fóssil, com aproximadamente 1,30 metros de comprimento, corresponde a um adulto “caracterizado pela presença de dentes funcionais no maxilar e na mandíbula”. Estima-se que o comprimento total do animal seria de entre 5 e 5,5 metros, o que faria dele um predador de médio porte.

Benites-Palomino, que estuda cachalotes desde a adolescência e é doutorando na Universidade de Zurique, na Suíça, destaca que se trata “do primeiro predador de tamanho médio que temos. Normalmente, devido ao seu tamanho, deve ter sido a combinação perfeita de potência com manobrabilidade e agilidade”.

Os pesquisadores, do Museu de História Natural da Universidade Nacional Maior de San Marcos, em Lima, detalham que, ao contrário de outros cachalotes que se alimentavam predominantemente de lulas ou polvos, esse animal consumia presas maiores, como peixes oceânicos, pinguins e até pequenos mamíferos marinhos.

O cachalote macroraptor Ocucaje usava “seu nariz grande, especializado na emissão de ondas sonoras muito poderosas, para atordoar e caçar suas presas”. Esta descoberta também indica que os cachalotes no passado eram muito mais comuns do que são hoje.

Fonte
GZH
Agro Dália

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