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Após 10 anos, tenda de vigília dos familiares de vítimas da Kiss é desmontada em Santa Maria

Espaço na Praça Saldanha Marinho havia sido instalado em abril de 2013, pouco depois da tragédia que deixou 242 mortos e mais de 600 feridos

Depois de mais de 10 anos, a tenda de vigília mantida pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) está sendo retirada da Praça Saldanha Marinho, no centro do município.

O local se tornou ponto simbólico de encontro de familiares de vítimas do incêndio da boate Kiss desde a sua montagem, em abril de 2013, pouco depois da tragédia que deixou 242 mortos e mais de 600 feridos em 27 de janeiro daquele ano.

Conforme Flávio Silva, ex-presidente e atual conselheiro da AVTSM, a decisão pela desmontagem foi por conta de o local ter sido ocupado permanentemente por pessoas em situação de rua. Uma equipe da Secretaria de Assistência Social da prefeitura acompanhou a ação desta sexta-feira (14), na tentativa de encaminhar os moradores de rua para uma das duas casas de passagem do município.

— Não é fácil. A luta é tão longa que muitas famílias foram ficando pelo caminho, mas a gente não pode fraquejar. Foi algo cumulativo. O pessoal começou a acampar aqui. Eles sempre dormiam aqui, colocavam os colchões e depois tiravam. Nunca nos importamos que servisse como abrigo durante a noite, mas o pessoal realmente acampou definitivamente. Começamos a ser criticados e tomamos essa decisão. É duro, mas tivemos que tomar essa decisão — explica Silva.

A partir de agora, a cada dia 27 será montada uma tenda provisória para a tradicional vigília feita quando se completa mais um mês da tragédia.

O espaço da Praça Saldanha Marinho se tornou um ponto simbólico e de união entre sobrevivente e familiares de vítimas da tragédia. Foi dali, distante pouco mais de 400 metros da boate Kiss, que ocorreram momentos históricos para a associação, como reuniões, gravações de documentários e protestos.

No local também foi transmitido ao vivo o julgamento dos quatro réus acusados pelo incêndio, em dezembro de 2021

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Fonte
GZH
Agro Dália

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