AMAT se posiciona contra a concessão das rodovias estaduais do Bloco 2 no Vale do Taquari

A Associação dos Municípios do Alto Taquari (AMAT) se manifestou publicamente contra a proposta de concessão do Bloco 2 das rodovias estaduais do Rio Grande do Sul, uma iniciativa do Governo do Estado que prevê a administração das estradas por meio de uma parceria com a iniciativa privada. A principal crítica da AMAT é a falta de retorno das tarifas de pedágio em infraestrutura local, um problema que já afeta a região há mais de 25 anos. A associação destaca que, apesar do pagamento da tarifa de pedágio, os municípios não receberam os investimentos necessários para melhorar as condições das rodovias e a infraestrutura local. Além disso, a AMAT alerta para o impacto negativo que o modelo de concessão pode causar, aumentando o custo de vida e prejudicando a competitividade econômica da região, especialmente no setor produtivo.
A proposta de concessão do Governo do Estado para o Bloco 2 prevê investimentos de R$ 6,7 bilhões, com R$ 4,5 bilhões aplicados nos primeiros dez anos. O projeto foca na modernização e duplicação das rodovias da região, melhorando a segurança e fluidez do tráfego. A concessão inclui o sistema de pedágio free flow, com cobrança proporcional ao trecho percorrido, além de melhorias como acostamentos, passarelas de pedestres, câmeras de monitoramento e a construção de 16 pontes elevadas. Essas ações visam aumentar a resiliência das rodovias, principalmente nas áreas afetadas por enchentes.
Em resposta à proposta, a AMAT busca dialogar com o Governo do Estado. A associação agendou uma audiência com o Secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, para discutir a concessão. Durante o encontro, a AMAT solicitará a prorrogação dos prazos da consulta pública e a revisão dos recursos previstos para as obras de infraestrutura, incluindo mais aportes estaduais para atender às necessidades específicas da região, que ainda está em processo de recuperação após as enchentes de 2023 e 2024. A AMAT espera que o Governo leve em consideração as dificuldades locais e proporcione soluções que beneficiem a região de forma justa e sustentável.