
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (6) que irá aplicar uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que se alinhar às políticas do Brics. A declaração foi feita na Truth Social, rede social mantida por Trump.
O posicionamento ocorre um dia após a 17ª Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro. O bloco reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de novos integrantes como Irã, Egito e Etiópia.
Bloco condena sanções e defende multipolaridade
Na declaração final do encontro, os países-membros manifestaram preocupação com tarifas unilaterais que distorcem o comércio e criticaram ações que violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Também houve condenações a ataques contra o Irã, ainda que sem menções diretas aos EUA ou a Israel.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participou remotamente da reunião e defendeu a chamada “desdolarização”, em referência à redução da dependência global do dólar. Segundo ele:
“O modelo de globalização liberal está se tornando obsoleto. O centro da atividade econômica está se deslocando para os mercados em desenvolvimento, impulsionando o crescimento nos países do Brics.”
Ausência da Arábia Saudita e críticas de Trump
A Arábia Saudita, que havia sido convidada como observadora, não compareceu à sessão que discutia “Paz e Segurança, e Reforma da Governança Global”.
Em tom crítico, Trump classificou o Brics como um bloco de “políticas antiamericanas”:
“Qualquer país que se alinhar com as políticas antiamericanas do Brics deverá pagar uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a esta política.”
Cenário geopolítico em tensão
A fala do presidente americano eleva o tom nas tensões comerciais e diplomáticas entre Washington e países considerados emergentes. A proposta de tarifa vem em um momento em que o Brics busca ampliar sua influência geopolítica e econômica, enquanto os EUA reforçam alianças tradicionais e tentam conter o avanço de rivais estratégicos como China e Rússia.