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Ações Trabalhistas

Rogério Engster, suplente de vereador de Roca Sales que assumiu a vaga de Cleber Scotta, afastado para assumir o cargo de secretário de Obras do município, foi à tribuna da Câmara na sessão desta semana e relatou uma visita que fez, junto com outros colegas, ao hospital do município, onde foram recepcionados pelo secretário de Saúde, Marino Deves. No relato, o vereador enalteceu o trabalho de reforma e adaptação que a casa de saúde vem recebendo. Conforme ele, a parte superior agora é acessada por um elevador, que oferece maior conforto no translado de pacientes — antes feito por uma rampa. Disse ainda que já estão reformados os espaços que oferecem 40 leitos. Engster trouxe também uma informação preocupante sobre ações trabalhistas contra o hospital: “Nós temos hoje 14 ações trabalhistas contra o hospital municipal de Roca Sales. Fiz o pedido ao nosso secretário sobre que tipo de ações eram — enfermeiras, técnicas, nutricionistas — todas as ações que estão acontecendo no nosso hospital foram feitas no ano de 2024. Hoje o hospital está pagando R$ 35 mil em negociações e precatórios, e o valor total que essas 14 ações podem causar aos cofres do hospital é de R$ 1.315.892,00. É quase impossível nosso hospital sobreviver tendo todas essas ações trabalhistas e precisando se manter.”

Drex

Quando se esperava um encaminhamento sobre o passivo trabalhista do hospital de Roca Sales e as reformas em andamento, o vereador mudou de assunto e revelou sua atual preocupação: o Drex, moeda virtual que está em fase de testes pelo Banco Central do Brasil. Sim, acreditem — parece que o Drex está tirando o sono do nobre edil de Roca Sales. O “Dengue”, como registrado no cartório eleitoral nas eleições municipais de 2024, sugeriu um esforço hercúleo de seus pares e da população para impedir a circulação das cédulas digitais: “Nós temos que botar na nossa mente que a moeda tem que ser em papel. A moeda nunca vai ser boa para nenhum cidadão sendo digital.” O mesmo vereador que elogiava os avanços no hospital — que pela primeira vez terá um elevador — repudia de forma totalmente equivocada a tecnologia da moeda digital. Indicaria ao vereador que perguntasse aos seus 177 eleitores o que acham sobre o Pix, também desenvolvido pelo Banco Central.

Fonte

Consegui entender um pouco mais da motivação do vereador de Roca Sales, Rogério Engster, e sua visão desconexa da realidade atual, quando revelou sua fonte inspiradora: “Eu estou acompanhando uma deputada, ‘Luciana’ Zanatta, deputada federal de Santa Catariana, que está brigando por causa desta moeda digital. Acompanhando e lendo tudo o que essa mulher está fazendo, gente, ela tem cem por cento de razão. É só ver aquilo que falei dos cinquenta reais: se nós pagarmos em papel um pro outro, ele vai se transformar em alguns mil reais, seguindo de mão em mão. Agora, se pagarmos cinquenta reais em moeda digital, em vinte, trinta pagamentos, ela desapareceu. Quem lucrou com isso? Não fomos nós, foram os grandes bancos.”

50 Reais

O vereador de Roca Sales, conhecido por “Dengue”, justificou sua preocupação com a moeda virtual trazendo aos seus pares um exemplo curioso: “Se eu pego uma nota de R$ 50 e faço um pagamento para a Gisele, e a Gisele faz para o Paulo, e assim por diante, a nota vai circular e voltar pra mim como R$ 50 ainda. Na moeda digital, os R$ 50 que eu paguei para a vereadora não vão mais existir, porque já teve o atravessador — o banco.” Tenho a impressão de que a Real Academia Sueca de Ciências terá atenção especial no próximo ano ao definir o Prêmio Nobel de Economia. Depois dessa explicação, o vereador Rogério pode ser um forte candidato.

Nivelando

O vereador Rogério Engster revelou que sua inspiração vem da deputada federal por Santa Catarina, Júlia Zanatta — e não “Luciana”, como mencionou —, a mesma que recentemente alertou os pais para que não deixassem seus filhos assistirem à Galinha Pintadinha, por ser “comunista, defensora da transição de gênero, crítica do capitalismo e exaltadora da União Soviética”. A visão estigmatizada do vereador sobre o Drex, moeda digital oficial do Brasil, não contribui — aliás, desinforma. O Drex promete revolucionar a forma como pessoas e empresas realizam transações financeiras, integrando tecnologia, segurança e agilidade em um modelo digital regulado. Trata-se de uma CBDC (Moeda Digital de Banco Central), que funciona como representação virtual da moeda física, com o mesmo valor e poder de compra — ou seja, R$ 1 será equivalente a 1 Drex. Em desenvolvimento desde 2023, o projeto segue em fase de testes e neste ano entrou na pauta do Senado Federal, que discute formas de viabilizar sua implementação definitiva.

Dicotomia

O vereador Daniel Passaia, de Encantado, tem pautado assuntos não apenas do município, mas também críticas ao governo federal. Outra característica é a seletividade com que trata temas semelhantes — um defende, outro refuta. Passaia critica a portaria que estabelece novas regras para reavaliação de pessoas com deficiência que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que na verdade apenas verifica se o beneficiário ainda atende aos critérios exigidos. O benefício é destinado a idosos com 65 anos ou mais em situação de baixa renda e a pessoas com deficiência de longo prazo. Para recebê-lo, é preciso estar inscrito no CadÚnico. No entanto, recentemente o vereador fez um pedido de informações para saber o número de beneficiários do Bolsa Família no município e se essas pessoas já receberam oferta de trabalho. O comportamento dicotômico do vereador fica evidente: enquanto um benefício deve permanecer sem reavaliação, o outro precisa de controle rígido. Vai entender, né?

Confirmou

O vereador Valdecir Cardoso, ao usar a palavra como líder da oposição, questionou o número de projetos que estão nas comissões com pareceres inviáveis. Disse que são muitos e reforçou que apenas os projetos com pareceres jurídicos viáveis deveriam ser analisados. Na prática, o vereador apenas confirmou o que venho dizendo há tempos: nunca antes uma legislatura teve tantos projetos considerados inconstitucionais.

Dúvida

Qual será o destino do pedido de abertura de uma CPI para investigar a falta de água aos moradores de Encantado? A CPI foi aprovada, mas teve parecer jurídico inviável. Até agora, nenhuma decisão foi tomada pelo presidente Cris Costa. A dúvida persiste: será arquivada ou instalada?

Água

A Corsan/Aegea tem um projeto para os bairros de Encantado que busca identificar lideranças locais para auxiliar no envio de informações e agilizar a resolução de problemas na rede ou na distribuição. Uma reunião sobre o tema está marcada para o dia 4 de novembro, às 18h30, no auditório Imigrante da prefeitura.

União Faz a Vida

Na terça-feira desta semana, o evento do programa União Faz a Vida marcou a conclusão das atividades de 2025. O encontro ocorreu na sede do Sicredi Região dos Vales, em Encantado, reunindo 160 gestores e educadores de Anta Gorda, Encantado e Putinga. Houve exposição dos trabalhos desenvolvidos por alunos — foram 45 projetos realizados em 17 escolas participantes. O programa é promovido pelo Sicredi em parceria com as secretarias municipais de Educação e a assessoria pedagógica da Univates. Neste ano, o tema destacou a força da imaginação e o poder transformador das histórias que foram trabalhadas com os educadores. O programa atua na região há quase trinta anos e procura desenvolver os princípios da cooperação e da cidadania por meio da educação cooperativa. O presidente do Sicredi Região dos Vales, Ricardo Cé, agradeceu aos educadores, ressaltando que eles “inspiram, despertam sonhos e cultivam futuros”.

Frase

“A burrice é diferente da ignorância. A ignorância é o desconhecimento dos fatos e das possibilidades. A burrice é uma força da Natureza.”Nelson Rodrigues

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