#PaginaTrês | A nova lógica do trabalho — entre gerações e visões
Última Atualização 2 de novembro de 2025
As pessoas com mais de 50 anos — especialmente aquelas que dependem da mão de obra jovem — estão vivendo um desafio curioso: entender, aceitar e conquistar uma geração que pensa e age de forma bem diferente. Fomos criados em outro tempo, com outras referências. Para nós, sucesso sempre teve a ver com estabilidade, ascensão e conquistas materiais. Trabalhar era sinônimo de provar valor — e descansar, quase um luxo. Crescemos acreditando que o reconhecimento vinha com tempo de casa, promoções e títulos na porta da sala. Mas essa lógica não é mais universal. A geração mais jovem vê o trabalho como parte da vida — e não como o centro dela. Em nome da saúde mental, muitos abrem mão de cargos, salários e status. Querem significado, equilíbrio e autonomia. Querem viver bem, e não apenas trabalhar bem. Essa diferença tem provocado choques. Lideranças acostumadas à hierarquia e à obediência enxergam desinteresse, quando na verdade há apenas uma nova forma de ambição. O jovem de hoje quer pertencer, não apenas obedecer. Quer ser ouvido, não só instruído. E talvez a pergunta que os 50+ precisem se fazer seja: será que o que chamamos de “falta de comprometimento” não é apenas uma nova maneira de lidar com o mundo? Por outro lado, é preciso reconhecer que há sabedoria na experiência. Cansadas de serem rotuladas como ultrapassadas ou “da geração que não entende nada”, muitas empresas estão redescobrindo o valor dos 50+. Segundo o jornal A Tarde, as contratações nessa faixa etária cresceram 8,8% — quase três vezes mais que entre os jovens. E há bons motivos para isso. Primeiro, maturidade que entrega: os 50+ têm equilíbrio emocional, foco e lealdade — virtudes raras num tempo de urgência e dispersão. Segundo, experiência em crises: quem já atravessou reviravoltas econômicas e transformações tecnológicas sabe manter a serenidade e guiar o time. Terceiro, compromisso com o resultado: o que se faz, faz-se bem. E, sobretudo, vontade de continuar aprendendo. De outro lado, os jovens trazem energia, criatividade e propósito. Estão derrubando muros antigos: o da jornada exaustiva, do “trabalhar até cair”, do sucesso a qualquer custo. Estão lembrando ao mundo corporativo que a vida não é um rodapé do contrato de trabalho. Enquanto uns reclamam da “geração mimimi”, outros estão percebendo que a mistura é a força: a inovação nasce da ousadia jovem, mas se sustenta na experiência de quem já viu o mundo girar muitas vezes. Talvez o novo sucesso seja justamente esse — fazer gerações trabalharem lado a lado, e não umas contra as outras. A liderança de hoje não está no topo, está na escuta. E o crescimento verdadeiro não é o que faz subir, mas o que faz evoluir. O mundo muda. E nós, que o construímos, precisamos mudar com ele.
Trojan é eleito uma das 10 maiores lideranças jovens do Brasil
O prefeito de Muçum e presidente da Associação dos Municípios do Alto Taquari (AMAT), Mateus Trojan, foi premiado na sexta-feira, 24 de outubro, como uma das dez principais lideranças jovens do Brasil. A homenagem foi concedida pela JCI durante a convenção nacional da entidade, realizada em Chapecó (SC). Trojan foi indicado pela JCI Arvorezinha e passou por várias etapas de avaliação até ser incluído entre os destaques nacionais do TOYP Brasil (The Outstanding Young Persons), prêmio que reconhece anualmente jovens com trajetórias de impacto positivo em suas comunidades e contribuição para o desenvolvimento do país. Além de chefiar o Executivo de Muçum, Mateus Trojan tem atuado de forma destacada na presidência da AMAT, especialmente na coordenação de ações conjuntas dos municípios do Vale do Taquari no enfrentamento às consequências das enchentes.
Jonas Caron lança obra sobre Direito Municipal inspirada em
desafios da gestão pública
O advogado Jonas Caron, natural de Muçum e atualmente residente em Lajeado, lançou o livro “Direito Municipal: O mínimo que você precisa saber” durante o programa Contra-Ponto, da Rádio Independente. A publicação reúne mais de dez anos de vivência profissional voltada à administração pública e propõe uma abordagem didática e objetiva sobre os fundamentos do Direito Municipal. Com linguagem clara e exemplos práticos, Caron busca transformar o conhecimento jurídico em uma ferramenta de apoio à gestão pública, facilitando a atuação de prefeitos, vereadores e servidores diante da complexidade das leis e da burocracia. Segundo o autor, a ideia do livro amadureceu após as tragédias climáticas de 2023 e 2024, quando a insegurança jurídica dificultou ações emergenciais em diversas cidades gaúchas. A obra também aborda temas como os princípios da administração pública, as competências dos poderes municipais e a importância da educação jurídica como base para a cidadania e a boa governança. “O objetivo é ajudar a evitar erros e a qualificar o debate sobre políticas públicas locais”, resume Caron. O livro está disponível para compra na Amazon e na Habitus Editora.
80 anos da Pretto Veículos
Foi um prazer enorme dividir a mesa com o advogado e escritor Omar Ferri, amigo pessoal de Alcides Pretto e também de seus filhos, durante o almoço de 80 anos da Pretto Veículos. Ouvir as histórias das décadas de 1940 a 1970, protagonizadas pelos jovens da época, foi revigorante. Ferri, que está com 92 anos, lança seu livro “Somos todos ateus, graças a Deus” na imperdível Feira do Livro de Porto Alegre, e um exemplar me foi dado por ele com a recomendação de que eu estivesse preparada para, depois de ler, “ir para o inferno”.
_ Presidente da Assembleia, Luciano e Cris Moresco prestigiaram os autores
No dia 28 de outubro, na Assembleia Legislativa, o Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) lançou o livro “A Empáfia da Covardia”, elaborado por Jair Krischke e Omar Ferri. Conforme Luciano Moresco, “o livro descreve a situação do Brasil a partir da tentativa de golpe de 2023, fundamentando como decorrência principal a impossibilidade legal da concessão de anistia aos participantes da sedição, em virtude de constituir-se um crime de lesão à pátria”.
Coragem
Os vereadores de Doutor Ricardo negaram o título de cidadã honorária à ex-prefeita Catea Rolante e ao atual vice-prefeito Leandro Vian. A votação foi secreta, cumprindo o que dita o regimento, e o resultado foi quatro votos contrários e três favoráveis. A proponente, Deoneia Maria Brandão Daltoé (PSDB), não estava presente na sessão, pois acompanhava a mãe no médico. Fico imaginando o que levou a maioria dos vereadores a essa decisão. Conversei com um vereador da situação e ele me garantiu que votou favoravelmente. Durma com um barulho desses!
Coragem 2
A decisão do Município de Encantado de não renovar o convênio com o PA+ também pode ser interpretada como um ato de coragem política. A justificativa oficial, conforme explicou o secretário de Gestão Financeira, Klaus Schnack, está relacionada à necessidade de contenção de gastos e readequação dos investimentos na área da saúde. Com isso, o governo municipal encerra um ciclo simbólico: o PA+ foi uma das principais ações do prefeito Jonas Calvi em seu primeiro mandato. Nas redes sociais, a medida gerou reações imediatas. Muitos moradores pedem que a prefeitura reconsidere a decisão, destacando a importância do serviço como alternativa de atendimento à população.