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Lula anuncia investigação sobre megaoperação no Rio que deixou 121 mortos e afirma “não era ordem de matança”

Presidente defende combate ao crime organizado, mas contesta execução em massa durante ação contra o Comando Vermelho e envia legistas da Polícia Federal para apuração

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (4) que o governo federal irá investigar a operação policial que resultou na morte de 121 pessoas nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. Lula criticou o volume de mortes e afirmou que a ordem judicial era para prisões, e não para execuções.

Durante entrevista concedida em Belém (PA), o presidente classificou como “matança” o resultado da ação, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias civil e militar fluminenses. Segundo ele, a operação será objeto de apuração independente por parte da Polícia Federal, com o envio de legistas para acompanhar os desdobramentos e garantir transparência no processo.

De acordo com dados das forças estaduais, a maioria das vítimas tinha ligação com a facção criminosa Comando Vermelho. Das 121 mortes registradas, quatro eram de policiais. A ação, considerada a mais letal da história do Estado do Rio, também resultou em 113 prisões.

Apesar da justificativa oficial, o presidente criticou a condução da operação. Para Lula, o uso excessivo da força compromete a credibilidade da atuação do Estado. Segundo relatos de moradores, diversos corpos foram encontrados em áreas de mata com sinais de execução, incluindo mãos e pernas amarradas. A Organização das Nações Unidas chegou a se manifestar em favor de uma apuração independente, com foco na responsabilização e na preservação dos direitos humanos.

O governo do Rio de Janeiro mantém a versão de que todos os alvos que se renderam foram presos, e considera a operação um êxito do ponto de vista estratégico. Lula, por outro lado, afirmou que o Estado deve combater o crime sem recorrer a execuções, destacando que a ação, na forma como ocorreu, foi desastrosa.

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