
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou nesta sexta-feira (15) ao Conselho de Ética quatro pedidos de cassação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). As representações, apresentadas por PT (três) e PSOL (uma), acusam o parlamentar de quebra de decoro por supostamente agir contra o Brasil e a favor de sanções a autoridades nacionais.
As denúncias estavam paradas na Mesa Diretora e foram liberadas após pressão de partidos da base governista. Com o envio, o colegiado iniciará o rito para abertura formal de processos disciplinares.
Próximos passos
Pelas regras, o Conselho de Ética deverá:
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Reunir-se para instaurar os processos (abertura obrigatória)
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Sortear três nomes para a relatoria
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Escolher um relator, responsável pelo parecer inicial
O presidente do colegiado, Fábio Schiochet (União-SC), disse que ainda não há data para início da análise. Segundo ele, há 20 representações em andamento e não será possível abrir o caso na próxima semana.
Situação do deputado
Licenciado desde março para morar nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro não retornou ao país ao fim do período autorizado. O STF o investiga por tentar influenciar autoridades estrangeiras a adotar sanções contra o Brasil, supostamente em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Câmara confirmou que cumpre ordem judicial para bloqueio do salário do parlamentar desde 24 de julho.
Contexto político
Nos últimos meses, Eduardo tem se reunido com representantes do governo americano e é apontado como um dos articuladores da decisão do presidente Donald Trump de sobretaxar exportações brasileiras. Ele também afirmou publicamente que Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), estariam “no radar” de novas sanções dos EUA.