
O governo do Estado reuniu, na sexta-feira (18), representantes da indústria gaúcha, da diplomacia norte-americana e de entidades empresariais para avaliar os efeitos das tarifas de 50% anunciadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O encontro, conduzido pelo governador Eduardo Leite no Palácio Piratini, contou com a presença do cônsul-geral dos EUA em Porto Alegre, Jason Green, além de líderes de quatro setores mais expostos ao mercado americano: armas e munições, madeira e móveis, pescados e calçados.
As lideranças relataram que, mesmo antes de a tarifa entrar em vigor — prevista para 1º de agosto —, já enfrentam cancelamentos de encomendas, suspensão de contratos e retração nas compras. Leite destacou que empresas gaúchas exportam praticamente toda sua produção aos EUA e que comunidades inteiras dependem dessas atividades.
Segundo a Fiergs, o Rio Grande do Sul é o segundo estado mais impactado pelas medidas, com uma perda potencial de R$ 1,92 bilhão no PIB. O mercado americano responde por 11,2% das exportações da indústria de transformação gaúcha, o equivalente a US$ 1,8 bilhão em 2024. No setor de armas e munições, a dependência chega a 85,9% das vendas externas.
Leite defendeu a necessidade de apoio emergencial aos setores mais atingidos caso as tarifas não sejam revistas e pediu que as negociações não sejam usadas politicamente. “O que está em jogo é o Brasil, não projetos eleitorais”, afirmou.
O presidente da Fiergs, Cláudio Bier, reforçou que a entidade está em diálogo com federações e com a Confederação Nacional da Indústria e terá reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin para buscar alternativas.
Também participaram do encontro os secretários Artur Lemos (Casa Civil), Ernani Polo (Desenvolvimento Econômico), Pricilla Santana (Fazenda), o presidente da InvestRS, Rafael Prikladnicki, além de representantes de empresas e entidades como Abicalçados, Farsul, Federasul, Fecomércio, GM, Tramontina, Braskem, Dell, Movergs, Sinborsul e Verallia.