
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na noite de terça-feira (8), durante jantar com membros do Comitê Nacional Republicano, que a China “sempre passou a perna” nos americanos e que agora seria a vez dos EUA fazerem o mesmo.
“Eles sempre nos passaram a perna a torto e a direito. Vamos agora passar a perna neles”, disse Trump, ao justificar a nova rodada de tarifas aplicadas sobre produtos importados da China.
Nova escalada na guerra tarifária
A declaração ocorre em meio a um novo capítulo da disputa comercial entre as duas potências. Ainda na terça-feira, os EUA anunciaram o aumento da tarifa para 104% sobre uma série de produtos chineses.
Em resposta, o governo da China retaliou nesta quarta-feira (9), impondo tarifas de 84% sobre importações americanas, e acusou os Estados Unidos de “atos intimidatórios” e “bullying econômico”.
“Os EUA continuam abusando das tarifas sobre a China. A China se opõe firmemente e jamais aceitará tais atos hegemônicos e de intimidação”, declarou o Ministério das Relações Exteriores chinês.
“Eles estão puxando meu saco”, diz Trump
Durante o mesmo evento, Trump afirmou que líderes estrangeiros estariam pressionando para negociar com os EUA diante das novas medidas tarifárias.
“Esses países estão nos ligando, puxando o meu saco. Eles estão doidos para fazer um acordo”, afirmou.
A fala ocorre em meio à entrada em vigor das tarifas individualizadas aos países com maior déficit comercial com os EUA. Mais de 180 países estão sendo afetados, com tarifas entre 10% e 50%.
Entenda o conflito
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No último sábado (5), entrou em vigor a tarifa geral de 34% dos EUA contra produtos chineses.
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Na terça (8), a China retaliou com uma taxa idêntica de 34% sobre produtos americanos.
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Trump respondeu com um acréscimo de 70 pontos percentuais, elevando a tarifa total a 104%, válida a partir desta quarta (9).
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A China, por sua vez, elevou sua tarifa para 84%, prometendo “responder até o fim” caso os EUA mantenham o confronto.
China não recua
O governo chinês afirmou que não deseja uma guerra comercial, mas que não aceitará a violação de seus direitos e interesses econômicos. Um porta-voz do Ministério do Comércio reforçou:
“A China tem vontade firme e meios abundantes, e contra-atacará resolutamente até o fim.”
As novas tarifas refletem o endurecimento da política comercial norte-americana e elevam o risco de impactos na economia global, especialmente no setor de exportações.
A comunidade internacional segue acompanhando a escalada de tensões, sem sinais de que um acordo esteja próximo.