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Francisco Cuoco morre aos 91 anos em São Paulo

Ator consagrado da dramaturgia nacional, ex-feirante e galã de novelas da Globo, Cuoco estava internado havia 20 dias e deixa três filhos

O ator Francisco Cuoco, um dos nomes mais reconhecidos da televisão brasileira, morreu aos 91 anos nesta quinta-feira (19), em São Paulo. Internado há cerca de 20 dias no Hospital Albert Einstein, o artista tratava complicações de saúde relacionadas à idade e a um ferimento que infeccionou. A causa da morte não foi divulgada oficialmente. A informação foi confirmada pela família ao jornal Folha de S. Paulo.

Cuoco ganhou destaque ao longo de cinco décadas por papéis marcantes em novelas da Globo, como Pecado capital, O astro, Selva de pedra e O sétimo sentido. Deixa três filhos: Tatiana, Rodrigo e Diogo, além de netos.

Trajetória: da feira ao estrelato

Francisco Cuoco nasceu em São Paulo, filho do feirante Leopoldo e da dona de casa Antonieta, imigrantes italianos que criaram o filho no bairro do Brás. Durante a juventude, Cuoco ajudava o pai na feira e estudava à noite com o objetivo inicial de cursar Direito.

O fascínio pelo teatro começou cedo, ao ver apresentações de circos mambembes perto de casa. Abandonou o projeto jurídico e ingressou na Escola de Arte Dramática de São Paulo. Após quatro anos de formação, entrou para o Teatro Brasileiro de Comédia e o Teatro dos Sete, companhias importantes para o teatro nacional.

Do teatro à televisão

A estreia na TV aconteceu no Grande Teatro Tupi, atração da extinta TV Tupi, nos anos 1960. Em 1964, foi premiado como melhor ator coadjuvante pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), pela peça Boeing-boeing.

Na televisão, Cuoco estreou na Globo em Assim na terra como no céu (1970). Nos anos seguintes, protagonizou grandes sucessos como:

  • Selva de pedra (1972)

  • O astro (1977)

  • Pecado capital (1975 e 1998)

  • O sétimo sentido (1982)

  • Roque Santeiro (versão censurada de 1975)

Conflitos e retomadas

Durante o remake de Pecado capital em 1998, Cuoco teve um desentendimento com a atriz Carolina Ferraz, com quem fazia par romântico. A atriz afirmou, posteriormente, que a situação foi superada e os dois voltaram a atuar juntos no remake de O astro (2011).

Cinema e últimos trabalhos

No cinema, atuou em Grande sertão (1968), Traição (1998), Cafundó (2005), além de filmes com Renato Aragão, como Um anjo trapalhão (2000). Seu último papel de destaque no teatro foi em Real beleza (2015). Na TV, fez participações recentes em Salve-se quem puder (2020) e No corre (2023).

Vida pessoal e fase final

Francisco Cuoco foi casado com as atrizes Carminha Brandão e Gina Rodrigues, mãe de seus filhos. Entre 2014 e 2017, teve um relacionamento com a estilista Thaís Almeida, 53 anos mais jovem.

Durante a pandemia, enfrentou um quadro de depressão e isolamento social. Em entrevista a Pedro Bial, em 2021, revelou que com a ajuda dos filhos conseguiu se reerguer. “Acho que hoje em dia estou bem melhor”, declarou.

Em 2024, enfrentou um processo de paternidade negado judicialmente, movido por um modelo que alegava ser seu filho — o resultado do exame de DNA foi negativo.

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