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Países pedem mudança da COP30 de Belém por preços abusivos na rede hoteleira

Organizadores relatam aumento de até 10 vezes no valor das diárias e risco de boicote por nações em desenvolvimento

A realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém (PA) tem enfrentado forte pressão internacional devido aos preços considerados abusivos praticados pela rede hoteleira local. O embaixador André Corrêa do Lago, que presidirá o evento, afirmou nesta quinta-feira (31) que países em desenvolvimento já cogitam desistir da participação.

Segundo Lago, enquanto em edições anteriores os hotéis costumavam dobrar ou triplicar as tarifas, em Belém os valores chegam a ser dez vezes maiores do que o padrão normal.

“Isso virou uma crise. Um representante de países africanos já declarou publicamente que pedirá a mudança da sede da COP”, afirmou.

Aumento afeta delegações mais pobres

O principal impacto, segundo os organizadores, recai sobre as delegações de países com menor capacidade financeira, que veem nos valores cobrados um impeditivo logístico para participar das discussões climáticas.

O governo federal, por meio da Casa Civil, tenta intermediar uma solução com a rede hoteleira para evitar o esvaziamento da conferência, prevista para novembro.

Relevância global

A COP30 faz parte do ciclo iniciado na Rio 92 e será o espaço para apresentação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que indicam os compromissos de cada país até 2035 na luta contra o aquecimento global.

Além disso, a edição brasileira deve dar espaço à discussão sobre transição energética e financiamento climático, com a presença de organizações do setor de petróleo e gás.

Mesmo com os esforços logísticos já realizados — como a ampliação de voos e reformas no aeroporto da capital paraense —, a continuidade da crise hoteleira coloca em risco a realização da cúpula em Belém.

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