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Volta da chuva contribui com desenvolvimento da soja no RS

O retorno das chuvas em todo o Estado com volumes expressivos, embora variáveis, foi importantíssimo para o desenvolvimento das lavouras de soja, principalmente para as áreas em estágio reprodutivo. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira (22/02), as temperaturas mais amenas após as chuvas também foram favoráveis à cultura, que sofria com os dias quentes de períodos anteriores.

Na maioria das regiões, seguem intensas as aplicações de fungicidas para a prevenção e controle da ferrugem-asiática. Os produtores utilizam inseticidas para o controle de pragas na mesma aplicação. Entre as fases, 34% estão em floração, 47% em enchimento de grãos, e 3% entraram em floração.

Na Fronteira Oeste, em Maçambará, as chuvas registradas em 13 de fevereiro proporcionaram a retomada do desenvolvimento das lavouras. Contudo, o estresse sofrido durante 20 dias sem precipitações causou o abortamento de flores e quedas de folhas no terço inferior das plantas, refletindo em redução no potencial produtivo. As primeiras lavouras estabelecidas já receberam a terceira aplicação de fungicida, e a presença de lagarta-desfolhadora tem exigido a utilização de inseticidas na mesma aplicação dos produtos para controle da ferrugem-asiática.

Em Manoel Viana, as chuvas ocorridas nas lavouras em áreas arenosas melhoraram o aspecto da cultura. Os produtores mantêm monitoramento intensivo da ferrugem devido à incidência da doença desde dezembro no município e, com a volta das chuvas, as condições de proliferação são mais favoráveis.

Na região de Ijuí, os cultivos também foram beneficiados pelo retorno da chuva, que estancou os sintomas de déficit hídrico, possibilitando o retorno completo da turgescência das plantas e a interrupção do amarelecimento e da queda das folhas. As áreas em fase final de enchimento de grãos recuperaram o desenvolvimento dos grãos, mas começam a demonstrar falhas de enchimento nas vagens. Segundo o Informativo, observa-se nas lavouras em início de formação de vagens uma redução do potencial produtivo, em função do número de vagens, situação que poderá ser melhor avaliada nos próximos dias.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, dos mais de 800 mil hectares implantados na safra, a estimativa inicial de produtividade era de 3.321 kg/ha. Porém, devido ao período seco e com temperaturas elevadas ocorridas no final de janeiro e em fevereiro, houve perdas nos cultivos. O percentual pode chegar a 12% de perda em função da profundidade do solo, de sua capacidade em armazenar água, do estádio fenológico e, ainda, da possível ocorrência de chuvas pontuais. Dessa forma, a expectativa atual é de 2.922 kg/ha. Algumas lavouras ainda podem recuperar a capacidade produtiva, dependendo das condições meteorológicas até o final do ciclo. Algumas áreas implantadas precocemente (menos de 1%), em especial as cultivadas próximas ao Rio Uruguai, já foram colhidas e as produtividades atingem em torno de 3.900 kg/ha.

A próxima semana terá calor e retorno da chuva no RS. Na sexta-feira (23/02), a aproximação de uma área de baixa pressão favorecerá o aumento da nebulosidade, e poderão ocorrer pancadas de chuva, típicas de verão na maioria das regiões. No sábado (24/02) e domingo (25/02), o deslocamento de uma frente fria provocará chuva, com possibilidade de temporais isolados. Na segunda (26/02) e terça-feira (27/02), a propagação de uma área de baixa pressão manterá a nebulosidade e a chuva em todas as regiões. Na quarta-feira (28/02), o ingresso de ar seco e frio afastará as instabilidades e provocará o ligeiro declínio das temperaturas.

Os totais de chuva previstos deverão ser inferiores a 30 e 45 mm na maior parte do Estado. Somente na Fronteira Oeste, os volumes esperados deverão superar 50 mm.

Agro Dália

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