
O conflito entre Israel e Irã chegou à segunda semana nesta sexta-feira (20), com novos ataques aéreos e bombardeios mútuos. Até o momento, nenhum dos dois governos demonstrou disposição para recuar, aumentando a tensão internacional.
Ministros das Relações Exteriores do Reino Unido, França e Alemanha, além da chefe de política externa da União Europeia, devem se reunir em Genebra com o chanceler iraniano Abbas Araqchi, na tentativa de buscar uma saída diplomática.
Escalada militar
-
O conflito começou na sexta-feira (13), quando Israel lançou ataques alegando prevenir o avanço do programa nuclear iraniano.
-
O Irã reagiu com mísseis e drones, afirmando que seus alvos eram instalações militares israelenses.
-
Israel declarou que também busca enfraquecer o regime do aiatolá Ali Khamenei, e confirmou a morte de duas dezenas de civis por ataques iranianos.
-
Segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos, os ataques israelenses mataram 639 pessoas no Irã, incluindo altos militares e cientistas nucleares.
A Reuters informou que não conseguiu confirmar de forma independente os números de vítimas de ambos os lados.
Alvos civis e acusações
Israel acusou o Irã de usar munições de fragmentação com intenção deliberada de atingir civis. O Irã, por sua vez, confirmou ataques a instalações de defesa, mas também atingiu um hospital e outras estruturas civis.
A missão iraniana na ONU não respondeu às acusações até o momento.
Negociações e pressão internacional
-
O ministro britânico David Lammy declarou que a prioridade é conter a escalada:
“Agora é a hora de pôr fim aos cenários graves no Oriente Médio e evitar uma escalada regional que não beneficiaria ninguém.”
-
Em paralelo, Lammy se reuniu em Washington com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e com o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, para discutir um possível acordo.
Fontes diplomáticas confirmaram que Witkoff manteve contato direto com o chanceler iraniano nos últimos dias.
Papel dos Estados Unidos
O presidente Donald Trump declarou que uma decisão sobre o envolvimento dos Estados Unidos na guerra será tomada em até duas semanas. A Casa Branca não descarta o uso de bombas destruidoras de bunkers, capazes de atingir instalações nucleares subterrâneas.
Entretanto, o histórico de Trump indica que o prazo pode se estender, como já ocorreu em outras decisões diplomáticas e econômicas.
Irã sob pressão interna
Apesar da crise, ativistas políticos dentro do Irã afirmam que a população não tem condições de iniciar um movimento de revolta, mesmo contra um regime impopular.
“Em circunstâncias tão horríveis, as pessoas estão focadas apenas em salvar a si mesmas, suas famílias e até seus animais de estimação”, disse Atena Daemi, ativista que passou seis anos presa antes de deixar o país.