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Plano de paz entre Trump e Putin prevê cessão de território da Ucrânia e reconstrução com recursos russos

Esboço obtido pela AFP lista 28 pontos, incluindo o reconhecimento de áreas ocupadas como russas, limitação militar ucraniana e divisão de central nuclear. Proposta gera críticas na Europa.

O governo da Ucrânia confirmou estar analisando uma proposta de plano de paz formulada por Donald Trump e Vladimir Putin, que prevê a cessão de partes do território ucraniano à Rússia. Segundo a agência AFP, que teve acesso ao esboço do documento, o plano conta com 28 pontos e envolve concessões territoriais, limites militares e financiamento da reconstrução com recursos russos atualmente congelados.

Entre os principais pontos, está a anexação formal das regiões de Donetsk e Luhansk pela Rússia, além do reconhecimento da Crimeia como território russo. Já as áreas de Kherson e Zaporizhzhia seriam divididas conforme a linha atual do front de batalha.

Principais propostas do plano

  • Reconhecimento dos EUA à anexação de Donetsk, Luhansk e Crimeia pela Rússia

  • Divisão das regiões de Kherson e Zaporizhzhia entre os dois países

  • Redução do efetivo militar da Ucrânia para 600 mil soldados

  • Inclusão na Constituição ucraniana de renúncia à entrada na Otan, mantendo possibilidade de adesão à União Europeia

  • Garantias de segurança ocidentais em caso de nova agressão

  • Reconstrução da Ucrânia com US$ 100 bilhões oriundos de ativos russos congelados

  • Divisão da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa

Reações e pressões

O governo russo afirmou nesta sexta-feira (21) que a Ucrânia “tem pouca margem para negociar”, em referência ao avanço recente das tropas russas. O Exército de Moscou tem ampliado sua presença em várias frentes de combate, intensificando ataques aéreos e reivindicando vitórias territoriais.

Apesar da pressão militar e diplomática, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky evitou críticas diretas à proposta. Ele reafirmou a importância de preservar a soberania ucraniana e disse que o país vive “o momento mais difícil de sua história”.

Apoio europeu e dúvidas sobre o plano

Líderes europeus manifestaram preocupação com o conteúdo do esboço e defenderam que a Ucrânia mantenha capacidade plena de defesa. Em ligação conjunta com Zelensky, os chefes de Estado da França, Reino Unido e Alemanha reiteraram o apoio ao país, mas também elogiaram o esforço diplomático dos EUA.

Nos bastidores, há temor de que a proposta favoreça desproporcionalmente os interesses russos. Fontes ligadas às negociações afirmaram à Reuters que Washington chegou a ameaçar suspender o fornecimento de armas e informações de inteligência, caso Kiev rejeite o plano.

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