Humorista Léo Lins é condenado a 8 anos de prisão por piadas sobre minorias
Decisão judicial afirma que apresentações de Lins incitaram discurso de ódio; defesa recorre e denuncia “criminalização do humor”

O humorista Léo Lins foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado pela Justiça Federal de São Paulo. A sentença foi baseada em piadas feitas em seu show “Perturbador”, apresentadas como ofensivas a diversos grupos sociais.
A decisão ainda impõe multa de cerca de R$ 1,4 milhão e uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 303,6 mil. A defesa do artista anunciou que vai recorrer.
Condenação inédita
A sentença aplica a Lei nº 14.532/23, que tipifica como crime qualquer forma de discriminação contra minorias. Léo Lins foi condenado com base em trechos de um show apresentado em 2022, em Curitiba.
As piadas envolviam:
- Pessoas com deficiência
- Negros, indígenas e nordestinos
- LGBTQIA+, soropositivos e judeus
- Evangélicos, idosos e obesos
Segundo o juiz responsável, “a liberdade de expressão não é salvo-conduto para discursos discriminatórios”.
Defesa fala em “censura”
A equipe jurídica de Léo Lins criticou duramente a sentença:
“É uma condenação absurda, própria de regimes autoritários. Humor não pode ser criminalizado.”
Juristas também apontaram riscos à liberdade de expressão. O advogado André Marsiglia classificou a pena como “incompatível com um Estado Democrático”, e diversos comediantes se manifestaram contra a decisão.
Repercussão entre artistas
Vários humoristas se pronunciaram nas redes sociais:
“Pode-se não achar graça, mas prender alguém por piada é insano.” – Antonio Tabet
“Triste país. Estão prendendo comediantes.” – Diguinho Coruja
Danilo Gentili, Oscar Filho, Fabio Rabin e Mauricio Meirelles também demonstraram apoio a Lins.
Recurso em andamento
A defesa de Léo Lins afirmou que recorrerá à segunda instância. O caso poderá ainda alcançar o Supremo Tribunal Federal, reacendendo o debate sobre os limites do humor e da liberdade artística no Brasil.