Coluna do Perondi

Fiz esta apresentação do Quero-quero porque tem muito político que se utiliza da técnica da ave, grita aqui, mas seu ninho está lá.

CONSENSO

Novamente o consenso nas eleições de Encantado foi assunto na sessão remota da Câmara de Vereadores. Nesta semana o assunto ganhou mais um personagem, Claudio Roberto da Silva, presidente municipal do MDB. O vereador se mostrou simpático à possibilidade da “união” dos partidos e iniciou uma conversa de “cerca-lourenço”, falando da seca, da enchente e da pandemia e que o momento era de união e não de divisão.

Achou uma inédita versão para definir rivalidade histórica entre PP e MDB, tratou de “estilo de governar”, a pérola foi assim:

O município vem de dois modelos de administração, o PP tem um modelo de administração, que é o estilo PP de governar, o MDB tem um estilo de governar, que é muito semelhante ao estilo do Adroaldo.

E na sequência o vereador Cláudio coloca a cereja do bolo decorado no estilo ‘faz de conta que eu acredito’:

E ambas as formas de governo tem muito acerto.

TÁTICA?

Imagino que o leitor sabe que o Quero-quero é a ave símbolo do Rio Grande do Sul, sentinela dos pampas. Pois muito bem, o Quero-Quero é uma ave muito inteligente, faz seu ninho no chão e por esta razão precisa estar muito atento e quando pressentir perigo emite seu som característico e tenta despistar gritando e voando ou correndo para longe de onde está o ninho. Curiosamente põe os ovos entre os meses de agosto e novembro.

Fiz esta apresentação do Quero-quero porque tem muito político que se utiliza da técnica da ave, grita aqui, mas seu ninho está lá. Chego a pensar que o vereador Cláudio estaria adotando a estratégia. Senão vejamos, o MDB de Encantado está dividido, como dizem, rachado. Não tem um nome que seria ‘forte’ para enfrentar uma eleição contra o Adroaldo e o PP do Enoir e Paulo.

Conforme uma pesquisa que tive acesso, alguns quadros do MDB, consultados pela pesquisa, estão com rejeição alta. Enfim, a situação não é boa e por outro lado tem o Adroaldo forte que precisa de um partido tradicionalmente forte para pleitear mais um mandato, se a intenção for a reeleição. É sabido que o PP não vai compor um consenso com o Adroaldo e desta maneira o tal “grupo dos 5” dificilmente prospera.

Aí vem o “pulo do gato”, o PP garante o discurso de humildade do MDB. “Como o PP não quis o consenso vamos coligar com o Adroaldo e tolerar, engolir, a Jaqueline”. Mas também posso estar redondamente enganado e o MDB encontrar um nome “forte” que daria mais fôlego numa eventual disputa com três candidatos à prefeito.

ESTILO

Preciso dizer que já ouvi do vereador Cláudio da Silva discursos mais coerentes e direcionados com sua ideologia política. Pleitear um consenso adotando um discurso que pretende juntar água e óleo, PP, MDB mais Adroaldo, e se utilizando do momento frágil da humanidade por conta da seca, enchente e pandemia do coronavírus me parece demais. Não condiz com sua aguerrida na defesa da democracia e os direitos do eleitor poder escolher.

SENSATO

O vereador Celso Cauduro mais uma vez se posicionou contra o consenso e a sua razão é bastante razoável. Tira a autonomia do eleitor. Proposta de abnegação e desprendimento para os que desejam o consenso seria mesmo aquela defendida por Cauduro.

Que os partidos considerados grandes fiquem de fora dando oportunidade aos menores e que o prefeito, vice e os demais envolvidos não escolham secretários dos seus partidos – disse o vereador.

Essa proposta sim tem cheiro de moralidade.

VEREADORES

Quando penso que já vi o bastante no espectro político, assim mesmo no sentido fantasmagórico, vem o vereador Diego Pretto e propõe um consenso envolvendo inclusive os vereadores. Respeitando as invocações, porém penso na direção totalmente oposta. O voto é o poder do eleitor na busca de uma sociedade mais justa e igualitária. O eleitor tem o direito de escolher, de forma livre e espontânea. A imposição de nomes escolhido por feudos políticos travestido de união nada mais é que uma forma de tirar esse direito, que pelo menos uma vez iguala as pessoas.

MARKETING

Fábio Medeiros, que assessorou e coordenou o marketing da campanha que elegeu Adroaldo e Enoir nas eleições passadas, esteve com o vereador Marino Deves nesta semana e confirmou que estará com o PP nestas eleições.

Garante Marino “Fabinho vem com o PP nestas eleições, até de graça se for necessário”.

LIVE

Na terça-feira conversei com o prefeito de Relvado, Odi Paulo Lorenzini. A conversa foi pelo meu Instagram @nolimarperondi e já está disponibilizado no facebook do jornal Força do Vale. Odi confirmou que é pré-candidato e falou de desentendimentos com o seu grupo político que fundaram o Democratas. Afirmou veementemente que não será um partido recém criado que dará as cartas numa eventual coligação. É notório e sabido que existe uma divisão de forças dentro do MDB de Relvado. A ala do ex-prefeito Jatir Radaelli e os apoiadores do Odi. O DEM afirma que coliga se o candidato for o Jatir e o prefeito responde que poderá se unir ao eterno rival PP.

CONVERSA

O prefeito Odi Lorenzini também confirmou que já se reuniram com representantes do PP em tratativas de coligação, porém ainda está no campo das conversas. Representantes do PP acreditam que seria quase impossível uma coligação com o MDB, mas na política o impossível tem outra denominação, interesses. Por este motivo, muito simples e óbvio, tudo pode acontecer.

Quer saber o que mais o prefeito Odi falou? Acesse o facebook/site do jornal Força do Vale (clique aqui).

DECRETO

O governo do Estado publicou decreto concedendo aos municípios maior autonomia para decidir sobre as restrições no combate ao coronavírus.

As Associações de cada região poderão abrandar as restrições com a votação alcançando dois terços dos votos, mas não poderão regredir mais do que a bandeira anterior.

Por exemplo, se uma região está determinada a cumprir os rigores da bandeira vermelha pelo Estado poderão, através de maioria absoluta dos votos dos prefeitos, retornar à bandeira laranja e não na amarela.

ELEIÇÃO

O fator de que o ano é eleitoral, imagino que a flexibilização das decisões, agora passadas aos municípios, pode ser temerário.

Mesmo acreditando na seriedade de cada gestor, que busca o equilíbrio entre a saúde da sua população e a economia, a pressão do poder econômico pode sobrepujar os limites. Mesmo tendo a justiça como moderador numa possível estrapolação, políticos em época de renovação de mandatos, é sempre um desafio fiscalizá-los.

PERCENTUAL

O “pequeno percentual de vítimas fatais” provocados pela pandemia do coronavírus nesta semana alcançou um número emblemático, 100 mil mortos.

Este pequeno percentual, quando sai da frieza da matemática, começa ganhar nomes e endereços. São homens e mulheres, pais, avós, amigos, conhecidos, enfim são vidas perdidas por um vírus que a ciência ainda não consegue combater com medicamentos e vacinas.

Então, quando alguém desdenhar sobre os perigos de se contaminar com o vírus falando do “pequeno percentual de óbitos” é bom lembra-los que diariamente milhares de pais, mães, irmãos, amigos estão morrendo no Brasil. O distanciamento social, álcool e máscara ainda me parecem o melhor conselho.

SITE

Afirmam que o maior jornal do mundo é o da comunidade e nesse mesmo contexto o Força do Vale estreia uma nova fase depois de 36 anos de história, sua plataforma digital. Méritos às diretoras e principalmente ao José Caetano Ost, filho da Renira, que apresentou a proposta e correu atrás. A população regional terá uma fonte de notícia local e regional com a segurança da fonte. Muito bom.

FRASE

O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente (Mahatma Gandhi)

Coluna publicada na edição impressa do Jornal Força do Vale, veiculada na sexta-feira, 14 de agosto de 2020.