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#CaliSchäffer | Dante Alighieri, os corruptos e o amor

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Dante Alighieri (1265-1321) foi um poeta italiano, dos maiores da literatura mundial. Filho de importante família, nasceu em Florença e ficou órfão de mãe ainda pequeno. Quando tinha nove anos, apaixonou-se por Beatrice, uma menina também com nove anos. Ambos fizeram juras de amor eterno e projetos para o futuro, mas o pai dele tinha outros planos para o filho.

Por decisão de seu pai, no dia 9 de fevereiro de 1277 casou-se com Gemma Donati, filha de ricos aristocratas. Tinham doze anos e o casamento só se concretizou mesmo em 1285. Tiveram quatro filhos, mas Dante nunca, em nenhum de seus escritos, fez qualquer menção à sua mulher e filhos. Sua paixão durante toda a vida foi Beatrice, que morreu jovem, em 1290. Num dos muitos poemas que escreveu sobre Beatrice quando ela morreu, ele prometeu dizer sobre ela o que jamais dissera a mulher alguma, e cumpriu sua promessa na Divina Comédia, onde praticamente a divinizou.

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Foi político, cidadão de destaque na sociedade em que vivia, desempenhou funções importantes e foi condenado a ser queimado vivo. Acabou no exílio, onde começou a escrever sua mais famosa obra, a Divina Comédia, na qual relata uma viagem imaginária que teria feito ao inferno, ao purgatório e ao paraíso. Nela discute fé, razão, religião, amor, paixões, ética e política. Nesse passeio pelo Inferno foi encontrando mortos ilustres do passado e os de sua época, nominando-os, e dizendo claramente porque foram condenados e em que local estavam sofrendo seus terríveis castigos. Porque o Inferno de Dante tem o formato de um funil. É formado por nove círculos que vão se estreitando na medida em que aumenta a gravidade das penas dos condenados pelos crimes que praticaram durante a vida. Quanto mais fundo, mais terrível é a visão dos horrores.

No Quinto Círculo, se não me engano, o autor coloca os corruptos, aqueles que durante a sua vida terrena tiraram proveito da confiança que a sociedade neles depositava, com as negociatas escusas que fizeram às escondidas. Ali permanecerão, pela eternidade afora queimando, submergidos num lago de piche fervendo. Quando tentam ficar com a cabeça acima do caldo são torturados pelos demônios, que os dilaceram.

Na obra, Dante passa também pelo Purgatório rumo ao Paraíso. No Purgatório as almas permanecem por maior ou menor tempo, dependendo dos pecados capitais que cometeram. Das profundezas da escuridão do Inferno Dante prossegue sua viagem rumo ao Paraíso, que fica no topo de uma montanha, onde existe uma linda floresta espessa e viva, luz e o esplendor absoluto de beleza e cores. Tudo é tão bonito de se ver que é quase impossível suportar.

Quando chega ali, Dante se encontra com a sua Beatrice. Entre tantas outras coisas bonitas que disse sobre a mulher que amou por toda a vida (e que nós deveríamos também dizer a toda hora à mulher que amamos) recolho o seguinte pequeno trecho que havia escrito sobre seus sentimentos em relação a ela, depois que ela partiu:

“…Tais pensamentos, e essa dor que grito enchem meu coração de ânsia tão pesada que (o) Amor desmaia e em pranto me revela que deles os mais tristes trazem escrito o doce nome da mulher amada e mil palavras sobre a morte dela”.

Dante Alighieri Faleceu em Ravena, Itália, no dia 13 de setembro de 1321.

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