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Seminário debateu o enfrentamento e prevenção às enchentes

Realização aconteceu em Muçum, com presença de especialistas e representantes do Governo do Estado

O seminário Inundações: Relatos, Estudos e Enfrentamento, realizado no último sábado, dia 17, contou com dez especialistas que falaram sobre prevenção e enfrentamento de fenômenos naturais adversos, como as enchentes ocorridas em setembro e novembro de 2023. A atividade que ocorreu no Restaurante Prato Pronto, no Bairro Guaporé (Loteamento José Marcolin), teve a participação de mais de 150 pessoas.

O debate contou com professores da Univates e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Estiveram presente também representantes da Defesa Civil Estadual, o Promotor de Justiça, Dr. Sergio Diefenbach, e a Secretária de Meio Ambiente (SEMA) do Estado, Marjórie Kauffmann. A titular da pasta acredita que a ação mais imediata é a educação comunitária e o seminário é um instrumento para isso. “A sequência de treinamentos da comunidade, que vai garantir mais segurança”, disse.

A fala do professor titular do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS e membro da Global Alliance of Disaster Research Institutes (GADRI) do Disaster Prevention Research Institute da Kyoto University, Masato Kobiyama, complementou o pensamento de Marjórie. Sua explanação teve como foco a percepção de risco das pessoas. “Cada cidadão precisa ter conhecimento do desenvolvimento sustentável. Cada cidadão precisa saber o ciclo hidrológico e os processos hidrológicos, precisa ter uma boa percepção de intensidade de chuva, chuva acumulada, umidade do solo, velocidade do fluxo no rio, etc.”

Segundo um dos painelistas, o Doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela UFRGS, Walter Collischonn, as previsões e os alertas da Defesa Civil precisam ser aprimorados. Para ele, os sistemas existentes precisam evoluir e é necessário definir institucionalmente sobre quem deve fazer as previsões e alertas, podendo ser SEMA, Defesa Civil, CPRM ou CEMADEN. “A instituição escolhida deve ser fortalecida e profissionalizada. O sistema de previsão precisa ser levado a outro patamar, com equipe técnica, equipamentos e monitoramento. As responsabilidades dos diferentes órgãos precisam ficar mais bem definidas. A quem vamos cobrar? ”.

A Coordenadora do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Univates, Jamile Weizenmann, durante sua fala, destacou a importância do gerenciamento dos desastres naturais. Para ela, é importante entender como acontecem os fenômenos naturais e aumentar a resiliência da sociedade. “Não podemos evitar que fenômenos naturais aconteçam, mas podemos diminuir ao máximo os desastres causados”.

Para o prefeito, Mateus Trojan, houve engajamento e participação da comunidade no seminário. Ele destaca que as intenções foram avançar na busca por soluções que minimizem os efeitos das inundações, bem como preparar a comunidade para eventuais novas adversidades. “Acreditamos que fomos muito bem no sentido de aproximar a comunidade, mostrar quem são os responsáveis por cada ação e identificamos quais são os próximos passos que devemos dar”.

Plano de Contingência

Ao final do evento, o município anunciou a comissão que será responsável pela elaboração de um Plano de Contingência, ferramenta que será importante para o controle e redução dos prejuízos gerados pelas enchentes. “Através dessa comissão é que vamos definir as próximas diretrizes e etapas”, diz.

A comissão é formada por: Bruna Baggio Giordani, engenheira ambiental; Douglas Pessi, engenheiro ambiental; Guilherme Taborda, assessor jurídico do Município de Muçum; Lucas Brustolin Pezzi, assessor jurídico do Município de Muçum; Marcos Antônio Bastiani, engenheiro civil; Ana Paula Morás, bióloga; Rodolfo Pavi, coordenador da Defesa Civil Municipal; Mateus Trojan, prefeito municipal; Amarildo Baldasso, vice-prefeito municipal; Érica Baronio dos Santos, arquiteta; Luís Fernando Weber, engenheiro civil; Sofia Royer Moraes, professora e pesquisadora da Univates; e Vitor Caron, Sandro Pereira da Silva e Roseli Donati Di Domênico, como representantes da comunidade. Além disso, será integrado um nome representando o Poder Legislativo Municipal; e representantes dos setores de Comunicação e da Assistência Social, que serão definidos nos próximos dias.

Projetos futuros

Durante um dos painéis, a Defesa Civil Estadual, por meio do Chefe da Divisão de Convênios da Casa Militar, Tenente-Coronel Rafael Luft, anunciou projetos futuros do Governo do Estado, estando entre eles: Instalação do Centro Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres; implementação de sistema informatizado específico para controle de dados estatísticos referente a eventos adversos no Estado; contratação de monitoramento hidrodinâmico das bacias hidrográficas mais suscetíveis a desastres no Estado (SEMA); ampliação na identificação e delimitação das áreas de riscos existentes no Estado; estabelecimento de protocolos de atuação respectivos a atuação da Defesa Civil no ciclo de PDC (preparação e resposta).

Ainda, o Chefe da Divisão de Hidrologia Aplicada do Serviço Geológico do Brasil (DIHAPI), Emanuel Duarte, anunciou a realização de levantamentos topobatimétricos em toda a extensão de Santa Tereza a Taquari, dados essenciais para a realização de projetos e estudos mais aprofundados a nível local e regional na Bacia Taquari-Antas.

Após o seminário, durante a tarde, alguns dos participantes realizaram uma visita técnica no município, visitando pontos destruídos pela enchente entre os dias 04 e 05 de setembro. Foram visitados a área da Ponte Brochado da Rocha, que teve sua estrutura rodoviária levada pelas águas; a Rua Taquari, onde todas as residências foram destruídas; o Bairro Fátima, uma das regiões mais prejudicadas; e o Parque de Máquinas das Secretarias de Obras e Agricultura, que também teve sua estrutura perdida.

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