Coluna do Perondi

#NolimarPerondi | Falta ao PP de Encantado vestir a sandália da humildade e recomeçar

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Eleições

Este ano, como todos sabem ou deveriam saber, teremos eleições municipais. E como tenho afirmado em outros momentos o óbvio deve ser dito. Com o perdão do pleonasmo, se a eleição é municipal por lógica seria redundante dizer que escolheremos prefeitos e seus respectivos vices no poder executivo e no legislativo vereadores. Constantemente noto a expressão “prefeito municipal”, assim sendo, me valho desta redundância para validar a ‘permissão’ de uso da figura para reforçar a ideia. Parece cedo falar sobre eleições já que estas vão ocorrer somente em outubro, porém muita coisa vai acontecer até que os candidatos sejam de fato conhecidos. O primeiro deles será a “janela partidária” que em 2024 acontece entre março e abril. Nesse período os vereadores eleitos podem mudar de partido sem que percam seus mandatos, porque como se conhece em se tratando de eleições proporcionais os mandatos de deputados e vereadores pertencem aos partidos.

Fato

A eleição para a Mesa Diretora na Câmara de Vereadores de Encantado deixou claros descontentamentos principalmente na bancada do PP. Só para lembrar, Marino Deves do Progressistas concorreu apoiado pela bancada do MDB e do PDT. Na chapa vencedora estava a bancada do PSDB mais três vereadores do PP, Diego Pretto, Valdecir Cardoso e Sander Bertozzi, que somaram seis votos contra cinco. Marino Deves afirmou na tribuna que se sentiu desprestigiado pelos seus colegas e que isso poderia gerar “desdobramentos”. A partir desta afirmação especulou-se que ele poderia deixar o PP usando a “janela” para ingressar em outro partido. No PDT, caso crônico quando se trata de postura na manutenção dos acordos, é um pouco diferente, tem um vereador e este votou contra a situação, mesmo o partido estar alinhado com a atual administração tendo um secretário e outros cargos de confiança. Neste caso específico o PDT de Encantado já se manifestou oficialmente pela expulsão de Roberto Salton quando Edgar Bizarro presidia o PDT. Como se trata de um filiado com mandato o partido estadual é quem definirá. Assim sendo o vereador Salton também poderá se utilizar da “janela” para procurar outro partido.

PP

Conversei esta semana com o vereador Marino Deves e este afirmou que mantém sua posição de que foi desprestigiado pelos colegas e se manterá na oposição por entender que a eleição mostrou esse cenário quando o PP junto com o MDB foi derrotado pelo Adroaldo e Jonas. Salienta que foi um equívoco político e partidário fazer esse acordo com o PSDB porque “noventa e nove por cento do diretório recomendou que não se tomasse essa atitude e três colegas acharam por bem tomar essa atitude… O partido achou por bem fazer assim, foi a executiva que fez não foi o diretório, eu acato com muita tranquilidade e vou exercer o meu papel dentro da Câmara como opositor, não vou estar junto desta Mesa Diretora embora os respeite”.

Sair

Sobre a permanência ou não do vereador Marino Deves no PP ele próprio afirma que mesmo se sentindo desprestigiado por três colegas não está no seu horizonte sair do partido, porém deixa claro: “Vou continuar defendo as ideias dentro do meu partido e vou procurar meu espaço dentro do partido agora lá na janela eu não sei o que poderá acontecer e até lá tem muito tempo para correr”.

Oxigenação

Marino Deves também faz uma avaliação da atitude dos seus colegas de partido quando optaram em manter o acordo com o PSDB que conduziu Sander Bertozzi à presidência da Câmara e agora elegendo Sandra Vian. O vereador também afirma que enxerga com certa racionalidade o posicionamento dos seus colegas: “Há companheiros que não admitem, que não querem uma certa renovação no partido, não querem que o colega se sobressaia e são declaradamente contra, querem a volta ao passado, querem que as coisas não evoluam, querem que as coisas não mudem, não percebem que a sociedade de Encantado, que as questões públicas de Encantado estão mudando… nós precisaríamos ter uma oxigenação, visões diferentes, precisaríamos evoluir e tem colegas que acham que nós precisaríamos ficar presos ao passado e eu advogo com muito respeito que nós temos que evoluir”. Mesmo assim o vereador conclui dizendo que não existe briga por conta disso, porém salienta que é desprestigiado dentro do partido por ter essa visão de evoluir.

Percepção

O PP de Encantado parece buscar um posicionamento de protagonismo na política se valendo de um frenesi quase psicótico. Já alertava Albert Einstein que: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Acreditam que vão ser melhores na administração sem propostas inovadoras. Tendem a acreditar que o número de simpatizantes ainda hoje são os mesmos que definiam eleições no passado, apenas porque se diziam partidários. Uniram-se com o MDB quase como se fosse um desvario político acreditando que a população embarcaria no ‘novo tempo’ de conciliação. A mesma coligação não sustentou dois mandatos na presidência da Câmara quando tinham maioria e brigaram exteriorizando de fato a intolerância um pelo outro. Não aceitaram compor junto com o Jonas nessa nova fase administrativa de Encantado, quando foi oferecido secretarias e funções de visibilidade perdendo uma oportunidade de se renovar politicamente por pura prepotência, por se acharem em melhores condições. Por outro lado, se unem na Câmara com o partido que é o mesmo do prefeito, o PSDB. Falta ao PP de Encantado vestir a sandália da humildade e recomeçar, até porque ainda existe tempo para isso.

PDT

O caso do vereador Roberto Salton no PDT de Encantado ficou claro com as explicações do presidente da sigla Everaldo Delazeri. Salton que estava em voo solo na Câmara de Vereadores de Encantado teve seu destino traçado quando bateu de frente com seus companheiros de partido. Para recapitular o vereador Roberto Salton desde o início da atual legislatura não seguiu recomendações do partido que estava coligado com a administração. O ápice ocorreu quando estava de licença saúde e não permitiu que seu suplente assumisse a vaga. No caso o suplente era presidente do PDT, Edgar Bizarro. O constrangimento foi geral. O caso foi levado à comissão de ética que decidiu pela expulsão. Passado tempo da media e pouco se sabia do resultado o atual presidente da sigla ratifica o que ficou decidido.

Destino

Nesta semana conversei com o presidente do PDT de Encantado Everaldo Delazeri para saber como o partido estava tratando internamente os posicionamentos do vereador Roberto Salton em votações importantes, de interesse da administração e também com o seu voto na chapa oposicionista na eleição da Mesa Diretora. O presidente Everaldo fez um levantamento da atuação do vereador: “Desde o início da gestão do prefeito Jonas e que o nosso partido fez parte da coligação e ainda faz parte do governo o Salton teve um posicionamento diferente daquilo que imaginávamos. Na primeira oportunidade que a gente percebeu que ele estava tomando uma linha diferente o nosso partido conversou com ele e até a gente fez uma carta de advertência para ele, para que mudasse de posicionamento. Ficava chato, nós tínhamos pessoas dentro da administração trabalhando e ele usava a tribuna para atacar a administração, criticar a secretaria da saúde principalmente. Eu conversei particularmente com ele várias vezes , da oportunidade que ele estava jogando fora com esse tipo de ação e atitude e também colocando em risco o espaço que nós havíamos conquistado dentro da administração. Só com os votos dele não conseguiria se eleger, então ele precisou dos votos do grupo”. O presidente do PDT, Everaldo, salienta que foi feito o possível e pelo fato envolvendo o suplente que ele não deixou assumir causou um constrangimento no partido e foi tomada a decisão de levar o caso para a comissão de ética que decidiu pela expulsão.

Acordo

Everaldo Delazeri também confirma que existe um pré-acordo para que a situação não se torne ainda mais desastrosa para o vereador Roberto Salton. Mesmo o vereador que constantemente destaca que faz parte do PDT o acordo é que ele deixe o partido na “janela” de março e procure outro partido. Delazeri também confirma que conversou com o presidente estadual do partido, Romildo Bolzan, que lhe assegurou plena autonomia de decidir. Também garante Everaldo que se eventualmente o vereador Salton tivesse respaldo da executiva estadual ou nacional para impor sua permanência ou candidatura no PDT não haveria outras candidaturas: “Ninguém vai colocar o nome para concorrer com o vereador Salton sendo do nosso partido, isso já está determinado entre nós”.

Diárias

O ano de 2023 fechou as diárias dos vereadores de Encantado no mês de agosto. O vereador Roberto Salton foi quem mais teve retirada até aquele período somou R$ 14.372,87. Em ressarcimento também teve o maior valor R$ 1.269,71 e igualmente nos custos de cursos R$ 4.730,00. Quem menos gastou vem três vereadores empatados. Sander Bertozzi, Valdecir Cardoso e Joel Bottoni não tem nenhum valor em diárias nem mesmo ressarcimento. Os três tem apenas R$ 390,00 cada com inscrição de curso. Depois de agosto entrou em vigor a nova fase aonde são pagos somente ressarcimentos de despesas. Curiosamente de setembro até dezembro somente três vereadores pediram ressarcimento, que somados não chega a R$ 2 mil.

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