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Polícia

Jovem que era mantida em cárcere privado pelo pai é libertada pela polícia em Eldorado do Sul

Vítima, de 19 anos, estava no porão da residência da família, no interior do município; homem foi preso em flagrante

A Polícia Civil libertou na madrugada desta quarta-feira (15) uma jovem de 19 anos que era mantida em cárcere privado pelo próprio pai dentro de um porão da residência da família no interior do município de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana. Conforme a investigação, a vítima estava no local há pelo menos uma semana.

O pai da jovem, um agricultor de 49 anos, sem antecedentes criminais, foi preso em flagrante. Ele responderá pelos crimes de lesões corporais e cárcere privado.

No local onde a jovem era mantida, os agentes encontraram uma cinta e um relho que eram usados pelo agressor. A investigação continua, para saber se outras filhas do casal também eram agredidas.

Por volta das 19h de terça-feira (14), a polícia recebeu uma denúncia e os agentes foram até a propriedade. De acordo com a titular da Delegacia de Eldorado do Sul, delegada Luciante Bertoletti, os policiais encontraram a jovem trancada no porão.

— Apesar de haver uma lanterna perto da entrada, o local estava escuro, sujo e com vários animais junto, como insetos. Também havia o relho e a cinta. Ao falarem com a refém, ela implorava para que a retirassem do local — diz a delegada.

Luciane diz que a mulher apresentava várias marcas de agressões pelo corpo, algumas antigas e outras recentes.

Jovem ameaçava fugir

A delegada revela que, durante o depoimento prestado, a jovem informou que não queria mais ficar em casa justamente devido às agressões. Quando ameaçou sair da residência e informar familiares ou até mesmo a polícia, foi trancada no porão. Segundo o relato, ela e a mãe sofriam agressões.

Filha mais velha do casal, a jovem foi encaminhada para atendimento médico e está na casa de familiares, em local não divulgado. A Justiça também determinou medidas protetivas para ela. A delegada apura agora há quanto tempo aconteciam as agressões.

Luciane quer saber também se as três irmãs da jovem, todas menores de 18 anos, foram agredidas. O objetivo é ouvir as meninas, por meio de atendimento especializado, para obter alguma informação sobre a suspeita levantada pela polícia.

No caso da mãe delas, a mulher não quis registrar ocorrência contra o marido, mas admitiu já ter sido agredida por ele. Com o objetivo de não expor a vítima, o nome do agressor preso em flagrante não está sendo divulgado.

Como denunciar

Para comunicar casos de violência contra a mulher, ligue para o telefone 180 do governo federal ou contate o Disque-Denúncia, pelo 181. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul também tem um WhatsApp para atendimento. O número é (51) 98444-0606. Além disso, há os Centros de Referência da Mulher, delegacias especializadas, Defensoria Pública e Promotoria de Justiça, inclusive online, pelo site do Ministério Público.

Fonte
GZH
Agro Dália

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